sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Vitória hoje! Indígenas e apoiadores paralisam as máquinas

Nada como um dia após o outro dia. Acabo de sair da reunião na TERRACAP onde mais uma vez a comunidade Fulni-ô mostrou que não quer deixar a área que ocupa há anos. A reunião não aconteceu oficialmente porque o presidente da Associação dos Dirigente do Mercado Imobiliário-ADEMI, Adalberto Valadão, estava viajando e quer participar da reunião. Essa asociação é a mesma que bancou o projeto do Setor Noroeste, na época presidida por Paulo Octávio. Devem acontecer duas reuniões na semana que vem: uma na 6ª Câmara e outra novamente na TERRACAP com a presença do presidente da FUNAI, Márcio Meira, Ministério Público Federal, através da procuradora Ana Paula, dos representantes das empresas como o procurador da TERRACAP, o próprio Antonio Gomes, advogado da EMPLAVI. O que vão tentar novamente é a proposta de outra área para os indígenas, como já foi citado na conversa de hoje e de pronto respondido pelo Pajé Santxiê Tapuya: "Santuário Não se Move".

Apesar da reunião não ter acontecido pela ausência dos empresários, houveram longas falas dos indígenas e da procuradora do MPF, que entrou no caso hoje, Ana Paula, de um consultor jurídico do GDF, Paulo Machado, do procurador federal da FUNAI, Antonio Marcos Guerreiro Salmeirão, do advogado voluntário, Ariel Foina, e do procurador da TERRACAP, que somente ouviu. A indígena Ivanice Tanoné, da etnia Kariri-Xocó, relatou todo seu histórico jurídico que a fez pedir no passado uma indenização para sair da terra e contou sobre sua reconciliação com os Fulni-ô, ocorrida hoje (14/10) pela manhã, e agora também faz parte da resistência pela terra. Agora temos três etnias que lutam pela terra: Fulni-ô, Kariri-Xocó e Tuxá, além das outras etnias em trânsito e dos apoiadores.

Decisão Judicial

A juíza federal Clara da Mota Santos decidiu que as máquinas não podem avançar até que se tenha decisão de qual é a área pertencente aos indígenas. O Grupo de Trabalho de Demarcação da terra indígena tem que ser concluído o mais rápido possível. O art. 231 da CF tem que ser respeitado. O MPF indica que a área indígena seja 50 hectares. O laudo antropológico exige que seja mais do que isso, ainda mais se forem para as três etnias. O melhor sem dúvida é que se preserve a área toda e o projeto oriundo de um governo corrupto seja no mínimo revisto, quiça demolido. A decisão da juíza diz também para que os indígenas (e apoiadores) não retirem as cercas das construtoras. O problema do fechamento da estrada de acesso ao santuário foi exigido pelos indígenas que se abra imediatamente, mas ficou a dúvida de quando isso vai ser feito. A procuradora do MPF deve visitar a área neste fim de semana.

Ato

O ato amanhã (sábado) deve ser de comemoração pela vitória de pararmos as máquinas para o cerrado ser preservado. Vamos celebrar a vida e aumentarmos cada vez mais essa mobilização que está cada vez mais forte e linda, agora com mais indígenas na resistência. Parabéns para todo mundo, principalmente para as mulheres, que durante esta semana ficaram na linha de frente nesta luta pela vida. Muita coragem mesmo que está dando resultado. Todas as ações realizadas nesta semana, a retirada das cercas, a ocupação do MJ, a paralisação das máquina hoje de manha, as reuniões... Amanhã vamos celebrar o amor, o verde, a paz, a alegria e dar o recado para Snake, Emplavi, Brasal, Paulo Octávio e todo este imaginário ideológico destruidor fadado ao fracasso não é o caminho.Santuário não se Move! Vamos levar as crianças e convoquem os artistas da cidade!

Abraços

OBS: Agora vai se intensificar a raiva do outro lado, fiquemos atento a segurança de cada um e vamos fortalecer a contra-informação. Oha essa matéria do Correio Braziliense que mentirosa:

2 comentários:

windbsb disse...

O caso é uma oportunidade para divulgar a causa indígena, mas da forma com que está sendo conduzida irá acabar com a reputação do movimento. A Funai já disse que a ocupação não é tradicional dos índios. A terra foi licitada e adquirida regularmente não só por empresas mas também por cooperativas de trabalhadores. Todas elas têm o direito de construir lá. Vocês querem ganhar a causa na marra? Nem participando diretamente do confronto os índios estão. Será que eles querem essa terra mesmo ou o dinheiro que ela pode trazer?

Sobre o Santuário disse...

Respondendo: A FUNAI age de forma negligente. Para seu conhecimento a própria FUNAI foi obrigada pelo Ministério Público Federal a iniciar a criação do grupo de trabalho que deve determinar se a área é tradicional. O primeiro laudo antropológico já foi entregue e omitido pela FUNAI, e comprova a tradicionalidade no local. Há várias outros argumentos que comprovam a tradição e o direito pela terra no local. Procure se informar melhor e não se sustente na incopetência administrativa evidente da FUNAI. Não é só em Brasília que acontece isso.
As empresas adquiriram o terreno de forma irregular. O Setor Noroeste foi aprovado em todas as instâncias em um governo corrupto de José Roberto Arruda e Paulo Octávio.
Para se conhecimento um indígena quando foi defender a ultima área devastada pela construtora Brasal, foi brutalmente torturado pelos seguranças e milícia. Então dizer que eles não estão no confronto é mentira das grandes. Os indígenas não querem dinheiro se não já teriam saído, ou voce acha que o seu patrão já não ofereceu malotes antes? Santuário não se move!

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