Texto: Bárbara de Alencar via Candango
As escadarias da Sala Villa-Lobos tomadas por pessoas já demonstravam que aquela não era uma noite qualquer na mostra competitiva do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Naquele sábado (22), seria exibida a única produção do Distrito Federal selecionada para a competição, A Ditadura da Especulação, assinada pelo coletivo Zé Furtado. Recorde de público na Mostra Documentário, o filme resgatou o espírito de denúncia e contestação do mais antigo evento da sétima arte brasileira e levou à tela do Teatro Nacional Cláudio Santoro o drama vivido pelos índios do Santuário dos Pajés, atualmente conhecido como Noroeste.
Outro motivo que arrastou centenas de admiradores de cinema foi a exibição do longa-metragem carioca Olho Nu, de Joel Pizzini. Morando em Berlim, ele não pôde comparecer à sessão. A partir de 400 horas de material de arquivo de Ney Matogrosso, a produção mergulha na persona do cantor, um subversivo por natureza, como ele próprio declara em seu filme. “Não é possível traduzir uma vida inteira em duas horas. A ênfase foi no meu pensamento”, explicou o ex-vocalista da banda Secos e Molhados, em entrevista durante a cerimônia de abertura do FBCB. “A mensagem que fica é que eu sou livre, que eu defendo a liberdade”, completou.
As escadarias da Sala Villa-Lobos tomadas por pessoas já demonstravam que aquela não era uma noite qualquer na mostra competitiva do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Naquele sábado (22), seria exibida a única produção do Distrito Federal selecionada para a competição, A Ditadura da Especulação, assinada pelo coletivo Zé Furtado. Recorde de público na Mostra Documentário, o filme resgatou o espírito de denúncia e contestação do mais antigo evento da sétima arte brasileira e levou à tela do Teatro Nacional Cláudio Santoro o drama vivido pelos índios do Santuário dos Pajés, atualmente conhecido como Noroeste.
Outro motivo que arrastou centenas de admiradores de cinema foi a exibição do longa-metragem carioca Olho Nu, de Joel Pizzini. Morando em Berlim, ele não pôde comparecer à sessão. A partir de 400 horas de material de arquivo de Ney Matogrosso, a produção mergulha na persona do cantor, um subversivo por natureza, como ele próprio declara em seu filme. “Não é possível traduzir uma vida inteira em duas horas. A ênfase foi no meu pensamento”, explicou o ex-vocalista da banda Secos e Molhados, em entrevista durante a cerimônia de abertura do FBCB. “A mensagem que fica é que eu sou livre, que eu defendo a liberdade”, completou.
Durante a apresentação da equipe de produção do curta-metragem brasiliense, ativistas e integrantes do coletivo ocuparam o palco em peso para fazer deixar uma mensagem além do filme. “Uma nova ditadura se instala no Brasil, ela não é vermelha, ela não é azul. Pouco importa a cor, o que importa é estar no poder para passar o trator em culturas, saberes e vidas locais”, dizia a carta distribuída pelo coletivo e lida no palco. No início, o público aplaudiu, entretanto, a demora em encerrar a apresentação fez com que muitos ficassem impacientes. “Embora eu concorde com a causa, não deveriam ter se estendido tanto. Invadiu o espaço de quem veio para ver filme”, afirmou a artista plástica Denise Brandt, 49 anos.
A numerosa plateia era composta por muitos manifestantes que participaram da ação de resistência contra a construção do novo setor habitacional, o que coloca o curta-metragem como favorito para levar o Candango do júri popular. A produção é a sequência do documentário de longa-metragem vencedor do Troféu Câmara Legislativa em 2011, Sagrada Terra Especulada, exibido na Mostra Brasília. O filme de 10 minutos, que sofreu diversas intervenções positivas do público, ao longo da exibição, utiliza-se de imagens gravadas durante os confrontos entre manifestantes, policiais e construtoras e de áudios de matérias jornalísticas para mostrar a ocupação do Noroeste.
Para o artista Jean Bottetuit, 31, que morou no Santuário durante a ação de resistência, o filme conseguiu passar a mensagem e trouxe de volta o perfil crítico que caracterizava o festival. “ Espero filme seja um tapa, mas que não seja de luva, em todas as empresas”, disse.
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