Neste sábado, a partir das 8h da manhã haverá um grande ato em defesa do Santuário dos Pajés e dos cidadãos da cidade contra o crime do desmatamento da última área de cerrado nativo do Plano-Piloto. Juntos, mostraremos ao governo e às construtoras qual o real significado de uma Ecovila.
Atividades:
Grande plantio de mudas nativas para reparar os danos dos tratores que exterminaram uma enorme área de vida silvestre de plantas e animais; Mutirão comunitário de bioconstrução de um local de convívio, harmonia entre cidadãos e a natureza; Música, pinturas e arte em geral; Jornada fotográfica; Mostra de filmes; Roda de prosa e muito mais!
Traga sua família, venha desfrutar do cerrado que ainda nos resta e venha contribuir da forma que puder.
Quando? Sábado, 22 de Outubro de 2011.
Onde? Santuário dos Pajés
Que horas? A partir das 8 horas da manhã
Entenda:
O governo do Distrito Federal vem chamando o Setor Noroeste de “Ecovila”. Este conceito, porém, refere-se a um tipo de assentamento humano sustentável que envolve, além de técnicas em bioconstrução, processos de desenvolvimento e entendimento comunitário que ultrapassam a questão da moradia para chegar ao campo da construção de novos paradigmas políticos e ideológicos acerca da inserção do indivíduo no planeta e de sua importância no todo. É questionável a relação que se faz entre o fato de ser o maior empreendimento imobiliário em construção no Brasil, e que este seja um empreendimento ecológico. Só fato de o bairro não possuir demanda real – já que existem mais de 53 mil imóveis vazios no DF de acordo com o IBGE -, estar sendo planejado colado a uma Área de Proteção Ambiental (APA), na zona de amortecimento do Parque Nacional de Brasília, já é suficiente para que o bairro não possa ser considerado uma Ecovila. Além disso, não há neste novo bairro a previsão de um sistema de organização comunitária, gerido e planejado pelos próprios habitantes.
Com relação às construções, prioriza-se em uma Ecovila a utilização materiais alternativos de construção, menos impactantes ao meio ambiente, como os tijolos ecológicos feitos em adobe, telhado verde, à base de barro e coberto com vegetação para drenagem e impermeabilização, dentre outras técnicas. A parte de saneamento das Ecovilas não envolve o esgoto, considerado um dos sistemas de maior degradação ao meio ambiente. O tratamento dos dejetos ocorre através da utilização dos banheiros secos, que reutilizam a matéria orgânica do processo, transformada em fertilizante natural. Esses banheiros são chamados de “secos” por não utilizarem água, substituída pela serragem.
Portanto, se a proposta do governo é de uma Ecovila, daremos o exemplo juntos. E diremos a eles que os cidadãos de Brasília não precisam e não querem a construção do Setor Noroeste!
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