O ano de 2012 iniciou com ataque ao Santuário dos Pajés, localizado na terra indígena bananal. No dia 02 de Janeiro a Empreiteira BRASAL deu ordem para que fosse retomado a escavação do buraco cavado ilegalmente em Novembro de 2011, com o apoio de 800 homens da Polícia Militar do Governador Agnelo Queiroz (PT), buraco este que ficou conhecido como o Piscinão de Cocô do Buraco do Agnelo.
Tratores e funcionários da BRASAL iniciaram novamente as escavações ilegais na manhã do dia 2 de janeiro e pouco antes do meio dia foram interrompidos pelos Indígenas do Santuário dos Pajés.
O Fulni-ô Cláudio relatou ao Jornal O MIRACULOSO que ao questionar com que autorização aquela ação estava sendo realizada, um funcionário telefonou para um Diretor da Empreiteira que por telefone perguntou quanto o Indígena queria em dinheiro para autorizar a escavação, que segue proibida pela Justiça Federal. Após a recusa da proposta de propina, os indígenas conseguiram parar a nova invasão que inaugurava o ano novo.
Neste próximo dia 18 de Janeiro, treze apoiadores do Santuário dos Pajés que foram presos quando tentavam em Novembro de 2011 impedir uma invasão ilegal da terra indígena, serão ouvidos pela Justiça. Além do processo judicial por “desobediência civil”, a empreiteira EMPLAVI entrou com ação na qual requer R$240 mil de nove apoiadores dos indígenas, como forma de custear as invasões que ela promoveu sem autorização da Justiça.
No dia 13 de Dezembro de 2011 a Juíza Clara da Mota em audiência conseguiu promover um acordo entre os indígenas e a FUNAI, que juntos aceitaram a redução do territória indígena dos 51 hectáres, apontados pelo laudo antropológico contratado pela FUNAI, para 37 hectares, mas o presidente da TERRACAP Antonio Carlos Lins, recém-empossado no cargo e presente na audiência, disse que o Governo do Distrito Federal, através da TERRACAP, não vê a possibilidade dos indígenas permanecerem no local, que ocupam tradicionalmente desde 1957.
O novo presidente da TERRACAP disse ainda na audiência que “os tratores estão desinfectando o cerrado” ao limparem o terreno para a construção do Bairro de alto padrão economico chamado Noroeste. A juíza pediu que o dirigente respeitasse os indígenas presentes e em seguida a audiência foi encerrada sem acordo.
Os próximos capítulos da luta Originários x Especulação Imobiliária poderão ser conhecidos a qualquer momento, pois enquanto a FUNAI se posiciona cada vez mais ao lado dos Indígenas, reconhecendo a tradicionalidade da ocupação de décadas dos Fulni-ôs, a TERRACAP do GDF abraça cada vez mais as Empreiteiras.
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