DOCUMENTÁRIO QUE CRITICA PATROCINADOR DO FESTIVAL DE BRASÍLIA É O PRIMEIRO A SER APLAUDIDO DE PÉ
A penúltima noite da mostra competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi marcada por protestos pouco antes da exibição do documentário de curta metragem “A Ditadura da Especulação”, que narra o processo de desalojamento de uma comunidade indígena para a construção do setor noroeste da capital federal.
Um grupo de estudantes e indígenas da comunidade Santuário dos Pajés discursou contra a especulação imobiliária da área, cujo metro quadrado, o mais caro da capital, pode chegar a R$ 25 mil.
Manifestante na exibição do documentário "Ditadura da Especulação"
O curta metragem, que segundo os créditos de abertura não recebeu qualquer patrocínio, mostra as tentativas de impedir que as máquinas derrubassem a vegetação local para construção dos edifícios e diversos confrontos entre índios, estudantes, seguranças da administradora Terracap (estatal que administra as terras públicas do Distrito Federal e uma das patrocinadoras do festival), e a polícia militar. Ao fim da exibição, o público, pela primeira vez desde o início da mostra competitiva, aplaudiu um filme em pé.
A direção do filme é assinada por um certo Zé Furtado, mas segundo a assessoria de imprensa do festival e um manifesto distribuído pelos realizadores pouco antes da exibição, trata-se de um nome fantasia que seus realizadores usaram.
“Zé Furtado é um voluntário do Centro de Mídia Independente, uma locutora de rádio livre, uma trabalhadora que pega quatro ônibus lotados por dia”, diz um trecho do documento, que também avisa que o curta está disponível para download na internet.
Ainda de acordo com esse manifesto, intitulado “A Ditadura da Especulação Pode Ser Derrotada”, a administração pública da capital do país está realizando uma política de especulação imobiliária higienista, que expulsa os menos afortunados para longe do centro da cidade. Também se critica as obras para a Copa do Mundo e os incentivos à indústria automotiva.
No dia seguinte a sua exibição, o coletivo que produziu o filme não compareceu aos debates que ocorrem todas as manhãs durante o festival. A reportagem do UOL tentou contatar os realizadores do filme, mas eles não atenderam ao telefone.
O Festival de Brasília tem a tradição de possuir o público mais politizado dentre os festivais realizados no Brasil. Algo até mesmo natural, visto que o evento acontece em plena capital do país, onde tudo respira a política. A noite deste sábado deu mais uma demonstração desta militância, quando dezenas de pessoas subiram ao palco para protestar antes da exibição do curta-metragem A Ditadura da Especulação, de Zé Furtado.
O curta aborda a luta de uma comunidade indígena contra a construção do setor noroeste em Brasília, que será o bairro mais caro da cidade. Com o apoio de estudantes, eles tentam impedir as obras e enfrentam a truculência dos policiais enviados.
Com palavras de ordem contra o governador de Brasília Agnelo Queiroz, os protestantes leram e distribuíram um manifesto, onde defendiam a manutenção do setor noroeste com os índios e criticavam a política de obras visando a Copa do Mundo de 2014. O público embarcou no protesto e aplaudiu fervorosamente. A exibição do curta, com cenas de agressão dos policiais, fez com que o clima esquentasse ainda mais. Brados de protesto tomaram conta do Teatro Nacional Cláudio Santoro, forçando a paralisação momentânea da programação do festival até que os ânimos se acalmassem.
Outro destaque da noite de sábado (22) foi a exibição do curta 'A Ditadura da Especulação', de Zé Furtado, que denuncia a exploração imobiliária de um bairro em Brasília.
O curta é realizado em forma de reportagem e denuncia vários orgãos oficiais. Antes da exibição, quase 50 pessoas subiram ao palco para ler uma carta protesto contra todos os envolvidos nesta exploração. Ao final do protesto e do curta, vários aplausos do público.
Trêiler
Via http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/dsm/19,0,4105906,Conheca-os-vencedores-do-11-Santa-Maria-Video-e-Cinema.html
Mostra Competitiva Santa Maria e Região:
Melhor curta do júri popular — El Tufito, de Marcos Borba e Valentina, de Mariana Silveira
Melhor curta — Quatro Mistérios do Rosário
Menção honrosa pelo roteiro — Valentina, de Mariana Silveira
Melhor desenho de som — Oferta do Dia, Renato Casca
Melhor direção de arte — Valentina
Melhor edição — El Tufito
Melhor roteiro — Oferta do dia, Pâmela Rubin Matge
Melhor ator — Ícaro Costa, A Porta
Melhor direção de fotografia — Alexsandro Pedrollo, Valentina
Melhor atriz — Danieli Saraiva, Oferta do Dia
Melhor direção — Marcos Borba, Quatro Mistérios do Rosário
Mostra Competitiva Nacional:
Melhor curta do júri popular — O Fim do Filme, de André Dib
Melhor edição — Zé Furtado, por A Ditadura da Especulação
Melhor direção de fotografia — Lauro Alves, por Trabalhadores Noturnos
Melhor roteiro — Depois da Queda, de Bruno Bini
Melhor ator — Wesley Silva, de Com os Pés na Cabeça
Melhor direção — Bruno Bini, Depois da Queda
Melhor curta de animação — Linear, de Amir Admoni
Melhor documentário — A Ditadura da Especulação, de Zé Furtado
Melhor curta de ficção — De Lá pra Cá , de Frederico Pinto
Melhor filme — Depois da Queda, de Bruno Bini
Mostra Internacional na Internet:
Melhor vídeo — Quatro Elementos, de Giovane Rocha
Menção honrosa — Uma Tarde nos Eucaliptos, de Maurício Canterle e Amarelo Rodrigues
Mostra Competitiva de Videoclipes:
Menção honrosa — O Conjunto da Obra, de Tonho Crocco, dirigido por Denis Carrion de Oliveira
Melhor videoclipe — Quero ser feliz agora, de Oswaldo Montenegro, dirigido por Lamonier Angelo de Souza
Prêmios especiais:
Troféu Cineclube Lanterninha Aurélio — Uma Breve História Sobre a Rua, de Eduardo Ramos e Marcos Dias
Prêmio Clayton Coelho de Direitos Humanos: Qu4tro Mistérios do Rosário, de Marcos Borba – TV OVO
Troféu Conselho Nacional de Cineclubes: Rezou à Família e Foi ao Cinema